O AMOR, PARADOXALMENTE, MANIFESTA-SE NO SACRIFÍCIO

Colocamos aqui a disposição do Discipulado de Fortaleza um texto escrito pelo nosso irmão Edmar, no último Irmanador. Esperamos que ele seja mais uma vez lido e meditado por todos os discípulos (Maria do Socorro Ribeiro - responsável pelo DJC Fortaleza)

Meu filho, se você se apresenta para servir ao Senhor, prepare-se para a provação. Tenha coração reto, seja constante e não se desvie no tempo da adversidade. Una-se ao Senhor e não se separe, para que você no último dia seja exaltado. Aceite tudo o que lhe acontecer, e seja paciente nas situações dolorosas, porque o ouro é provado no fogo e as pessoas escolhidas, no forno da humilhação. Confie no Senhor, e ele o ajudará; seja reto o seu caminho, e espere no Senhor”. (Eclo 2,1-6)

A Palavra de Deus nos lembra que o ouro é provado no fogo. Na verdade é através do fogo que todas as impurezas são retiradas e permanece apenas o ouro puro e valioso. O escritor sagrado, fazendo esta comparação, tenta nos lembrar de que na vida passaremos por várias dificuldades e que elas, quando vividas no Senhor e com um sentido, serão responsáveis por retirar as nossas impurezas e pecados e nos transformar em ‘ouro’, ou seja, em santos. O amor, paradoxalmente, na sua forma mais sublime, é provado na dor e no sofrimento.

Foi desta forma que Jesus demonstrou todo o seu amor pelo ser humano. Na cruz temos o ato supremo do amor de Deus por nós. Ao longo de sua vida Jesus já tinha dado provas de amor: curas, libertações, acolhimento, perdão e etc. Mas a cruz foi o ponto mais alto: Deus que já havia se rebaixado à condição humana agora morre humilhado, com dor e sofrimento, na cruz por amor a cada um de nós. A maior prova de amor de Deus para a humanidade foi dada em meio a dor e o sofrimento. Que espetáculo de amor. Que exemplo para cada um de nós. Já pensou se Jesus, no auge da dor, tivesse desistido de nos salvar. Já pensou se quando sofreu as dores da tortura o Senhor tivesse voltado atrás no projeto de salvação do Pai? Jesus não abriu mão da cruz. Por meio dela nos amou até o fim. Devemos seguir o mesmo exemplo.

Devemos amar Jesus sempre, mas sobretudo na dor e no sofrimento. É neste momento que as impurezas vão sumindo e vai ficando apenas o verdadeiro amor. É muito difícil amar a Jesus e continuar unido a Ele e à sua Igreja (DJC) quando passamos por dificuldades na vida e na fé. No entanto, estes momentos, ao mesmo tempo, que nos trazem dor e tristeza nos trazem também uma possibilidade ímpar de amadurecermos em todas as dimensões da nossa existência. É um grande mistério, que nem sempre entendemos, mas devemos vivenciá-lo. Se não somos capazes de nos sacrificar por Jesus e por sua Igreja (DJC) nos momentos atribulados será que realmente estamos caminhando no amor? A morte de Jesus nos denuncia! Quando passamos por dificuldades a última coisa que devemos pensar é abandonar a Igreja (DJC): ela é o nosso guia, o nosso porto seguro em meio a tempestade.

Mas o que fazemos? Nas dificuldades a primeira coisa que deixamos é a Igreja, alegando estarmos sem tempo ou ‘cabeça’. Quando vem o sofrimento a primeira coisa que jogamos para o alto é o nosso serviço, alegando ser ele muito desgastante. Quando sentimos o peso da vida a primeira ‘mochila’ que jogamos fora é a da caminhada, alegando que precisa priorizar outras coisas. Será que o caminho é este ou outro totalmente oposto? É preciso meditar. Deixar o barco cheio de irmãos na hora da dificuldade demonstra imaturidade humana e espiritual. Se esta for a regra sempre estaremos pulando de um lugar para o outro sem fixar-se. Nunca crescermos: na hora da dificuldade deixo tudo e, quando tudo estiver calmo, volto mais uma vez.

Que pai sai de um trabalho, por mais doloroso que ele seja, sabendo que dali sai o sustento de toda a sua família? Que mãe deixará o filho morrer afogado só porque ela não sabe nadar direito ou está com receio de molhar a única roupa que foi capaz de comprar? O amor se mede mais no sofrimento do que na alegria; mais em meio aos espinhos do que nas rosas.

Meditemos humildemente sobre isso. O DJC vai acolher a todos, mas precisa, para o seu próprio bem, uma estabilidade maior de seus membros. A Disciplina, a constância e a perseverança são de suma importância na caminhada cristã, sobretudo nos momentos mais penosos. Que Jesus nos socorra nos momentos difíceis. Graça e Paz a todos.

Francisco Edmar de S. Silva
Ministro Geral de Desenvolvimento Integral