Esta semana o Brasil está sendo palco de uma grande discussão em torno da temática do aborto. O estopim foi o aborto realizado por uma menina de 9 anos, grávida havia 4 meses, e que desde dos 6 anos de idade vinha sendo abusada sexualmente(estuprada) pelo seu padastro. Com relação a este assunto a nossa Santa Mãe Igreja sempre teve um posicionamento bem claro: é necessário preservar a vida da mãe e da(s) criança(s). Porém, alguns setores da sociedade, movidos por interesses outros, não comungam da mesma idéia.
Não é de agora que existe uma séria e sistemática campanha a favor da morte! Era o que João Paulo II chamava de ‘cultura da morte’. A sociedade moderna, em nome do avanço científico e intelectual, acaba seguindo na contramão daquilo que a nossa própria estadia ao longo de todos estes séculos sobre o planeta terra tem nos ensinado: a valorização da vida, independente do estado em que ela se encontre.
Nós católicos não podemos abrir mão da nossa fé e dos ensinamentos da Igreja. Devemos permanecer firmes e ‘nadar contra a onda’. E fazemos isso não de maneira cega, mas com a certeza de que a Igreja, mãe e mestra, não iria propagar um ensinamento que não estivesse de acordo com a revelação bíblica, com a lei natural e com a própria ciência.
A imprensa de um modo geral tenta desqualificar o posicionamento da Igreja. Decididamente o caminho não é esse. Se a Igreja Católica, com mais de 2 mil anos de história, e com uma lista incomparável de serviços prestados à humanidade, não puder se manifestar a respeito de qualquer assunto vigente na sociedade então não vejo outra que tenha tanto respaldo como ela. A Igreja já passou por vários momentos difíceis e já cometeu alguns erros. Isso não é novidade para ninguém que conhece um pouco de história. Porém, isso não limita e nem impede o posicionamento da Igreja.
E católico que entra nesta onda é porque não conhece o mínimo dos ensinamentos da Igreja. E está se deixando levar, mais uma vez, pela ideologia vigente. É preciso abrir os olhos. Da mesma forma que existe uma ‘indústria de embriões’, que com todo o seu poderio financeiro e lobista conseguiu aprovar a lei que permite a pesquisa com células tronco embrionárias no STF, também existe uma ‘indústria do aborto’ formada por um conjunto de clínicas, hospitais e médicos que vão sair ganhando alto com a aprovação do aborto no Brasil. Irão enriquecer às custas da matança de inocentes.
O aborto é crime. Mais hediondo do qualquer outro, pois tira a vida de um inocente que não tem a mínima chance de se defender. Não podemos ser cúmplices. O cúmplice tem a mesma culpa do criminoso. Estar defendendo as idéias abortistas é, na verdade, compactuar com o crime. Deus nos livre desta situação aterradora que abre um sério precedente para outros tipos de ações criminosas. Prosseguir neste caminho é querer voltar aos tempos do nazifacismo, do arianismo, onde somente os melhores(os sem defeito) poderiam continuar vivendo.
O estupro é algo muito grave. Traz sérios transtornos físicos e psicológicos para que é acometido. Porém, um erro não justifica outro. O estupro de uma mulher não lhe dá o direito de matar uma vida inocente que não tem nenhuma culpa do fato ocorrido. Não podemos defender o estupro, mas também não podemos defender o aborto. São dois erros que precisam ser combatidos, mas que são apenas conseqüências de uma sociedade doente, sem rumo e nem direção, porque tirou do seu horizonte valores eternos e fundantes da vida humana. É necessário ir na causa. A causa atinge muita gente importante e requer uma mudança de caminho. É justamente isso que a maior parte das pessoas que comandam o mundo e o Brasil não querem.
Distribuir camisinha é muito mais fácil do que educar um jovem para a castidade. Abortar é muito mais fácil do que dá suporte a esta mãe para criar o seu filho.
Por último gostaria de dizer que o nosso debate com a sociedade não se faz apenas de modo apaixonado. Debate meramente apaixonado muitas vezes é motivo de ‘chacota’. Devemos unir a paixão e a razão, dando sempre fundamentos à nossa fé (1Pd 3,15). O debate se dá em alto nível. Para o bem da Igreja e da nossa fé deve ser assim.
Graça e Paz a todos!
Francisco Edmar de S. Silva
Acompanhante Local – DJC Fortaleza